segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Ctba Customs: de colecionador Kyosho para colecionador Kyosho.




A Ctba Customs vende Kyosho por que entende exatamente o que o colecionador precisa.


Já comentei aqui que comprar minis da Kyosho não é uma tarefa tão fácil em se tratando de Brasil. As miniaturas não são comercializadas e muito menos distribuídas oficialmente no nosso país, sobrando ao colecionador recorrer a vendedores e lojas especializadas. Contudo, até as lojas especializadas no nosso Brasil não trabalham com essa marca (a grande maioria) . Ai você pensa: “Fud...!” Calma! Para isso é que existe o blog Kyosho Diecast Brasil.
Sempre que possível, trarei vendedores e lojas sérias aonde vocês poderão pesquisar e comprar os modelos. Não caberá a eu decidir sobre valores ou negociações. Apenas trarei os vendedores que sei que são sérios, e que não deixarão você amigo colecionador na mão.
E o primeiro de nossa série será a Ctba Customs Miniaturas. Situada em Curitiba, a Ctba começou a vender miniaturas há pouco mais de um ano. O motivo? Seu proprietário, Muriel Felipe Schiochetti é um aficionado pela marca Lamborghini, e coleciona miniaturas de quase todas as escalas relacionada a marca italiana. Um dia, vasculhando a net, deu de cara com a marca Kyosho, e procurou lojas e vendedores que tivessem as minis tão desejadas. Resultado? NADA. Daí, com o conhecimento de inglês e procurando contatos comerciais, conseguiu as minis que tanto desejava. Amigos e colecionadores próximos se entusiasmaram com a vitória de Muriel, mas como todo bom brasileiro, preferiam que “alguém” conseguisse as minis. Não é difícil imaginar o que o Muriel fez né? Montou a Ctba Customs Miniaturas e revende as peças para colecionadores brasileiros.

Pode não parecer, mas a Ctba Customs é a maior revendedora independente Kyosho no Brasil!


Segundo palavras do próprio Muriel: “Comecei a colecionar as Lamborghinis por causa da Lamborghini Gallardo LP570-4 cor verde ithaca, sempre gostei das lambos. Claro que comprei um ou outro HW, mas nunca gostei de verdade. Quando vi a Lamborghini que falei no Ebay, marca Kyosho e a um preço não muito alto, arrisquei. Deu certo, comecei a pesquisar e a entender mais da marca. Me apaixonei e passei a comprar com frequência. Depois foi questão de tempo a querer completar as séries, porém esbarrei na dificuldade de encontrar modelos antigos e pensei ‘se eu tenho dificuldade os outros também devem ter’ e quis facilitar não só a minha vida,  mas a de todo mundo.”
A brincadeira virou coisa séria (ou nem tanto – entenda mais a frente). Ele começou a aumentar o estoque, ganhar fama entre colecionadores sulistas, e hoje é um dos maiores fornecedores de Kyosho do Brasil. Ele mesmo explica o motivo: “Apesar da seriedade do negócio, tento manter as vendas o m ais próximo possível, mantendo a venda como mais um hobby que adquiri. Muitos pensam que eu lucro muito, mas acreditem o lucro que é pouco coloco pra sustentar o estoque e ter variedade, e claro, comprar lambos pra mim (muitos risos)”.
A Ctba Customs vende em média de 70 a 200 peças por mês, e hoje conta com um estoque de mais de 1500 miniaturas para pronto-atendimento ao colecionador brasileiro. “A pior sensação que um colecionador por ter, e eu já senti isso, é querer muito uma determinada miniatura, e o vendedor não ter, ou sequer previsão de tê-la. Preferi pecar pelo excesso à pela falta (mais risos). Hoje, tento atender de todas as formas possíveis o aficionado pela marca, seja no preço, na forma de pagamento, na variedade ou até na encomenda da miniatura desejada, coisa que quase ninguém no mercado faz” explica Muriel.
Muriel ainda complementa falando sobre valores e a dificuldade de conseguir as minis: “A pior parte no processo de venda é conseguir as minis por um preço justo e honesto. Diferente de outras lojas que tem fornecedores grandes e especializados, eu acabo conseguindo a mini de várias fontes, e por conta da quantidade de peças, muitas vezes o preço final não é exatamente o que o colecionador procura. Claro que muitos comparam com os Hot Wheels, mas se pararmos para analisar as duas marcas, o valor de um Kyosho poderia ser muito superior ao que é cobrado em mercado devido ao esmero e detalhismo extremo. Por isso, acho que não vendo mais por que a nossa cultura de colecionar ainda está muito baseada nos carrinhos da Mattel.” O dono da Ctba Customs termina dizendo que o objetivo da empresa é, no futuro, se tornar um “fornecedor oficial” da marca em nosso país, para que dessa forma, possa melhorar o atendimento e diminuir custos operacionais: “Eu e o pessoal da fan page da Kyosho Diecast Brasil (www.facebook.com/KyoshoDiecastBrasil) estamos nessa batalha para popularizar a marca no Brasil. Claro que eu gostaria de ser um representante oficial da linha diecast, mas acima de tudo, queremos que a marca volte seus olhos para o Brasil e de alguma forma as minis cheguem oficialmente por aqui, para que, enfim, todos possam sair lucrando e felizes. Quero que todos vençam, independente de quem seja.”



Visão de uma parte do estoque da Ctba Customs. Pouca coisa não?


Se interessou? Pode procurar o Muriel e sua equipe na página do Facebook (www.facebook.com/curitibacustoms) ou através do anúncio da Ctba Customs no Mercado Livre (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-453320467-kyosho-164-encomendamos-qualquer-miniatura-peca-ja-a-sua-_JM), pois todos estarão prontos para lhe atender e te ajudar naquela mini que você tanto deseja dessa marca japonesa que tanto amamos. Há, mas se for Lamborghini, não te garanto não, sabe como é, o Muriel é fã, acha todas bonitas... Torce para ele deixar alguma pra você, hehehehe.

p.s.: Brincadeiras a parte, o pessoal da Ctba Customs consegue de qualquer marca, inclusive Lamborghini. Agradecendo ao Muriel e a todos da Ctba pela gentileza e tempo em conceder essa reportagem para o Kyosho Diecast Brasil. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Tudo tem um preço não?!




Até as miniaturas Kyosho. Quanto vale? Depende de você. Mas também do mercado, país...


Todo mundo já escutou a famosa frase “tudo tem um preço”. Sem discussões filosóficas e éticas, de forma fria e realista, tudo realmente tem um preço. Desde um simples pão até um suborno, tudo hoje tem um valor, uma quantia que, oferecida, lhe trará o bem ou sensação desejada. Não seria diferente no mundo diecast. E quanto vale uma miniatura Kyosho? É o que vamos tentar descobrir agora.
Pra começar, temos que saber, em média, quanto se paga por uma mini em seu país de origem, o Japão. A base do preço que irei divulgar se baseia em 3 sites que são a fonte de todo Kyosho: a própria Kyosho (www.kyosho.co.jp), a Karuwaza, braço eletrônico da Sunkus K e distribuidora oficial das minis (www.karuwaza.jp) e a Rakuten, a maior loja online do Japão, o equivalente ao Ebay no oriente (www.rakuten.co.jp). Em todas as fontes, preço médio de uma mini gira em torno de 1.500 ienes. Antes que me preguntem, sim, são as minis mais comuns ou as menos desejadas. Mas é em cima delas que os preços são praticados, não adianta chorar ou reclamar.
Fazendo uma conta rápida (e claro usando um conversor de moedas da internet – no caso, o usei o do yahoo, que usa a cotação das últimas 24 horas) chegamos ao valor de R$ 34,657. Usando a velha técnica do arredondamento científico, chegamos ao valor de R$ 35 reais. Se usarmos o Ebay como base de valores, o modelo mais barato que encontraremos para “buy it now” será de $ 8,50 dólares, que convertendo em reais, dará algo em torno de 17 reais nacionais.
No Ebay, você ecnontra entre 25 e 50 dólares... sem o frete! Com o frete... ai são outros quinhentos...

Alguns diriam “uau”. Outros “que barato”. Porém, esse ainda não pode ser oficializado como o preço real da mini. Tanto no Japão como nos Estados Unidos, pagamos impostos assim que adquirimos um produto ou serviço. Fora que, se comprarmos essas minis nos países acima pesquisados (Japão e Estados Unidos), teremos que pagar o envio, fora que também pagamos uma taxa de importação por produtos aqui no Brasil.
Mas temos Kyosho no Brasil. Não existe uma importação oficial, mas existem ótimos e fieis vendedores da marca, sobretudo no Mercado Livre. O valor em médio de uma mini, lá, está em torno dos 35 reais. Tirando o frete, que em média, gira em torno de 15 a 20 reais, uma Kyosho no Brasil não sai por menos de 50 reais. Vale salientar que, esses valores são médios, e pode variar pela quantidade/variedade/exclusividade da mini e pela negociação com o vendedor. Já consegui vendas de 8 miniaturas, todas raras (das 8, 5 eram beads, inclusive) mais envio por 400 reais. Se dividirmos por mini, cada mini sairia por 50 reais. Contudo, se eu pedisse de fora essa mesma miniatura, de um mesmo vendedor, do Ebay, cada uma poderia sair até por 75 reais, frete incluso na conta. Isso comprova que, apesar do mercado restrito e da dificuldade de se conseguir uma miniatura Kyosho, o valor praticado está alinhado ao padrão internacional, demonstrando até certa consciência dos vendedores locais, que poderiam abusar do desconhecimento ou falta de concorrência e inflacionar o valor dos modelos. Lembrando sempre que falo sempre de médias e minis consideradas comuns, por que aqui ou fora, dependendo da mini, os valores podem ser exorbitantes, independente da língua, moeda ou origem da miniatura.


No Mercado Livre, você encontra essa belíssima Ferrari entre 35 e 45 reais, fora o frete. No Ebay? A mesma coisa. Parece que não é tão caro aqui (ou a galera não tá se aproveitando tanto).

Pra terminar, uma pergunta seguida de sua resposta:  por que eu estou falando isso tudo? Por que o que mais odeio escutar de colecionadores é quando vejo ou escuto um dizer “fulano tá lucrando em cima de mim”, ou então “beltrano bem que podia fazer um preço camarada na minha Kyosho”. Posso estar colhendo inimizades de forma automática agora, mas vou dar uma visão realista e prática do mercado.
Não existe bondade ou amizade quando falamos de negócios. Por mais que conheçamos e tenhamos intimidade com determinado vendedor ou lojista, ele está fazendo aquilo visando uma coisa: lucro. É assim que ele mantem seu negócio e ambiciona expandi-lo. Quando queremos apenas ser justos, ajudar um amigo colecionador, é mais fácil propor a troca do que a venda não? Quando estamos pedindo que o colecionador pague o valor de compra, já é uma forma de querer “lucrar”, pois aquelas minis, seja de que marca for, estão paradas, e se a grana vier você compra outras e lucra não? Pelo menos é assim que penso. Outro ponto que sempre tem que ser pensado é que estamos acostumados com um mercado rotulado pela Hot Wheels. Qualquer mini com um mínimo de acabamento e detalhismo maior do que a famosa mainline americana custará mais caro. Claro que também sonho em ver Kyoshos, Greenlights, Johnny Lightinings e M2s com preços iguais, mas será que teriam o mesmo acabamento? Será que compraríamos feliz como fazemos hoje?
Por isso, não basta apenas reclamar e fazer beicinho e cara feia com o preço. Tem que saber o valor da miniatura, o quanto custou adquiri-la, trazê-la e anuncia-la e a dificuldade que envolve todo esse processo. No fundo, rapadura é doce, mas também não é mole não, e a do vizinho é sempre mais doce. Pensem nisso!

Imaganes: Ebay, Mercado Livre e autoria própria.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Circle K Sunkus Collection: popularizar sem perder


A marca resolve popularizar suas minis 1:64, para alegria dos colecionadores mundo afora.


Ok! Já sabemos que nada é tão original como pensávamos, e que a sua mini pode ter uma alma europeia ou até mesmo americana (quem sabe). Mas como é que a Kyosho vende suas minis? Por que é tão difícil comprar essas formidáveis minis.
Vamos responder agora. Em 2004, percebendo a possibilidade de expandir seus produtos, a marca resolveu se aliar a uma das maiores magazines japonesas: a Circle K Sunkus. A loja é tradicionalíssima, e teve o início de suas atividades na década de 50 no Japão arrasado pós 2° grande guerra.
A Sunkus era uma espécie de “Loja Americanas” japonesa, aonde você encontra de tudo. Eu disse de tudo mesmo!Para aumentar seus domínios e ter maior penetração no terrirório japonês, em 1998 começou a se unir com a Circle K, a maior rede de conveniências de postos do Japão, e em 2001 surgiu a gigante Circus K Sunkusa, a maior loja em abrangência territorial do Japão. Para completar, a Circle K Sunkus criou seu programa de fidelidade, baseado em um site, surgindo assim a Karuwaza, site de compra, venda e promoções exclusivos da Circus K Sunkus na internet.
“E o que uma loja de conveniência tem haver com minhas miniaturas?” brandaria o colecionador desinformado. Simples. Foi essa enorme cadeia de lojas que foi escolhida para vender a nova coleção de miniaturas da Kyosho em escala 1:64. Apelidada de Sunkus K Collection, a Kyosho fechou uma parceria de exclusividade com a Circle K Sunkus, comercializando sua nova linha e miniaturas na escala 1:64 nas lojas Sunkus K e Karuwaza (braço digital da Sunkus).

Pode parecer mentira, mas esse Ferrari 458 Itália e uma mini "básica" da Kyosho. Se isso é básico, a Hot Wheels é o que?


Aqui, mais uma curiosidade: a linha foi “testada” como premiação para quem adquirisse produtos da Dydo Drinco, tradicional empresa que vende bebidas e comidas naquelas máquinas vitrines, aonde colocamos o dinheiro e escolhemos o produto. Isso foi em 2003. Pela riqueza de detalhes e sucesso de vendas, a Kyosho resolveu simplificar sua linha, produzindo uma série mais “básica” (para os padrões da empresa, deixando bem claro). A simplificação geraria maior volume de produtos, e uma maior penetração entre aficionados e crianças japonesas. O que a empresa não contava é que sua fama se espalharia tão rápido quanto uns vírus de computador, e em pouco tempo colecionadores de todos os continentes já corriam atrás das minis japonesas.
Outra particularidade da Sunkus K Collection se diz ao formato que ela é apresentada: todas em base de acrílicos, parafusadas e lacradas em uma caixa totalmente fechada, sem qualquer identificação de qual mini vêm dentro. É comum no Japão se vender minis sem saber qual o carrinho que vem dentro. O que seria um empecilho no ocidente é um incentivo no oriente, aguçando a curiosidade e “forçando” crianças e colecionadores comprarem várias minis até terem a(s) que deseja(m). Para manter uma vínculo com o colecionismo, dentro da caixa vem um card com a imagem da mini dentro e uma pequena descrição da mesma, criando uma espécie de coleção de cartões das minis, e ajudando na catalogação das mesmas. Genial não?!


Pode parecer loucura, mas comprar uma miniatura as cegas é uma tradição e sinônimo de colecionadores ávidos por todas as peças. No Japão funciona. Já no resto do mundo...

A coleção é formada por várias séries, todas temáticas, lançadas com uma média de intervalo bimestral. Sempre no Japão e a pouco tempo na China, acabam rápido, não só pelo número limitado (mesmo maior do que em relação a Bead Collection), mas pela procura cada vez maior de vendedores e colecionadores estrangeiros, que acabam comprando grandes quantidades para revenderem e completarem suas coleções mundo afora. Não é incomum vermos vendedores especializados na Europa e Estados Unidos, até mesmo credenciados pela própria Kyosho, como a Daboxtoys, hoje um revendedor autorizado da Kyosho fora do território nipônico, e que atende basicamente o mercado norte-americano.
Para os colecionadores brazucas, uma boa notícia. Temos alguns bons e honestos vendedores, e devo trazê-los aos poucos no blog, para você saber aonde comprar aqui no Brasil com tranquilidade e honestidade.
Para terminar, a Sunkus K Collection contém 57 séries lançadas e anunciadas até o momento, com uma quantidade de no mínimo 8 miniaturas por série, que podem ou não ter variação. Os temas são os mais variados, desde os clássicos carros japoneses, passando por modelos esportivos e de corrida e indo até mesmo aos modelos usados pelo agente secreto mais famoso dos cinemas, James Bond (série 10, composta por 15 modelos, em escala 1/72). Falando em escala, a Kyosho não tem a tradição ou regra de manter a escala 1:64 ou moldes na Sunkus K. Um exemplo são as séries Suzuka 8 Hours e a própria série 007, aonde as minis são nas escala 1/72, e as miniaturas de marcas mais marcantes para colecionadores como Ferrari e Lamborghini, aonde percebe-se uma evolução no molde de uma mesma mini, mas de séries diferentes.


Seja o modelo baseado em um carro americano, japonês ou alemão, a qualidade, detalhismo, respeito e escala serão respeitados ao máximo pela marca japonesa. 


Qualidade, preço menor e uma maior quantidade de minis. Isso é Sunkus K Collection. Porém, aviso logo, não fácil ter uma, mesmo que seja mais popular ou de maior quantidade. Minis de alta qualidade não são fáceis né?

Fotos: Daboxtoys.com, Increrible Mini Garage (http://all-3dd.blogspot.com.br/) e diecast-zone.blogspot.com

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Inimigo íntimo – Parte 2


Não basta conhecer, tem que fazer melhor (ou igual).

Qual das duas é a Kyosho?


Fala maníacos! Vimos no post passado que nada é por acaso, e a Kyosho começou na escala 1:64 não só por vislumbrar um mercado que achava ser capaz de atuar, mas por perceber a oportunidade que estava perdendo. Vimos também que por incrível que pareça, ela está mais ligada a outras marcas do que podemos imaginar.
Dividi o post em 2 por que seria extenso demais ler sobre o mesmo assunto. O restante da analise você acompanha agora.
Um dos mistérios mais recentes do colecionismo mundial é: Se a Mattel é a única que pode produzir Ferraris, como a Kyosho pode? E como conseguiram “burlar” o contrato? Nesse caso, a Mattel cedeu a possibilidade da Kyosho produzir modelos na escala 1:64 da marca italiana usando um artifício inteligente e original: os modelos tem que ser “montáveis”, não podem vir prontos, como os Hot Wheels. A marca japonesa criou uma espécie de “mini plastimodelismo”, simples, mas que segue as regras do contrato firmado anteriormente e de certa forma agrada há alguns colecionadores que gostam de “mexer” ou “personalizar” sua miniatura. Claro que a Mattel não iria dar nada de mão beijada: A Kyosho, em troca, conseguiu que a marca americana produzisse modelos da japonesa, antes licença exclusiva da marca japonesa.
Outro ponto interessante em torno dessa troca é que, de certa forma, os produtos não poderiam ser concorrentes diretos. Daí o fato da Kyosho produzir modelos em alto padrão de fidelidade, mas sob quantidade limitada, tornando um produto distinto dos Hot Wheels, de alta produção e quantidade abundante, porém, carentes em detalhes e nem sempre reproduzindo os moldes igual a realidade. Outro ponto importante sobre essa “aliança” é que, de certa forma, nenhuma disputa o mercado da outra. Cada produto tem um publico alvo, e a Kyosho não vende suas minis na Europa ou América, principal mercado da fabricante americana.

Um molde, várias marcas.

Sim, a mini é BBR. Mas quem fez não foi ela. Sabe quem foi? Isso mesmo.

Outro ponto interessante é que, em tempos de globalização, para diminuir custos e possíveis prejuízos, tudo se divide hoje, inclusive as fábricas. A relação da Kyosho não é só estreita com a Mattel, mas com nomes fortes do diecast como BBR, Minichamps, Autoart e Exotto. Naõ só que essas marcas em questão seguiram o mesmo caminho da Mattel e tem seu portfólio vendido e negociado em terras nipônicas pela Kyosho. As marcas não só se utilizam uma das outras para divulgar seus produtos em outros mercados, como utilizam até as mesmas fábricas e fornecedores de matéria-prima. Resultado: mini “gêmeas”, separadas no nascimento apenas pela marca. O primeiro fato que levantou essa suspeita foi a mini em escala 1/18 da BBR, uma Ferrari 430. Os detalhes da mini BBR são tão iguais a da marca japonesa, que muitos colecionadores creditam que a marca japonesa seja responsável pelo molde da marca italiana.
Outro forte indício é a diferença quase imperceptível dos modelos na escala 1/64 das marcas Kyosho, Minichamps e Autoart. Vale salientar que as 3 marcas usam a mesma fábrica na China para produzir seus modelos, e que segundo colecionadores e fóruns mundo afora, faz com as marcas imponham pequenas diferenças entre os modelos para diferencia-los. Contudo, jáé sábido que a Kyosho produziu moldes da Porsche e de outra marca para as duas fabricantes europeias, o que reforça a tese de “um molde, várias marcas”.

É necessário ser profundo conhecer para saber qual é a miniatura da Autoart e qual é da Kyosho? Diferenças tão pequenas que dá sim pra desconfiar.

Para encerrar, gostaria de compartilhar com vocês a felicidade de saber que, diferente da época de ouro do colecionismo (décadas de 50 a 80), aonde para se ter um molde em comum se comprava, muitas vezes só diante da falência ou necessidade financeira da concorrente, essa irmandade forçada de marcas proporciona a nós, colecionadores, um ganho enorme, pois o nivelamento acaba sendo por cima em termos de proporção, qualidade e acabamento, mostrando que as vezes para ganhar, precisamos sim nos aliar. Sozinhos, não chegamos muito longe, nem mesmo na fabricação, venda e colecionismo de miniaturas, pelo que parece, quanto mais no colecionismo. Fica a lição.

#fotos: Google, Swift’s Garage Blog, Mercado Livre e Ebay.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013


Inimigo íntimo – Parte 1.


Para vencer seu inimigo, junte-se a ele antes.


Quem diria que uma depende da outra não?

Feliz ano novo! E para começar mais um ciclo, vou começar explicando a relação que se mantem entre a Kyosho e outras marcas. Sim! Apesar do título, ele não é autoexplicativo, pois o que se nomeia “inimigo”, aqui não tem a mesma conotaçã. Pode até parecer simples, mas é um pouco mais intrínseco do que você está imaginando. E é aqui que uma marca inimaginável tem um papel fundamental para que as miniaturas da Kyosho, sobretudo da escala 1:64 estejam entre nós. Estamos falando da Mattel e seus Hot Wheels. Não entendeu nada? Vou explicar agora.
Já é sabido mundo afora que o mercado japonês é uma fonte quase inesgotável de bons resultados de venda de produtos, seja ele qual for, porém para isso, é necessário boa gestão e uma estratégia acertada, para conseguir um público fiel e ávido. Com uma cultura tão distinta e diferente, é necessário estudar e pesquisar bem os costumes e gostos para que o produto que seja lançado e comercializado em terras nipônicas não seja um fiasco. Isso custa dinheiro, e mesmo com elevados gastos e pesquisas, nenhum investimento garante a certeza de sucesso de vendas. Então, como vender para um público que não conheço, sem gastar muito e acertar a mão de primeira? Fácil! Arrume um parceiro local.
É ai que a história da gigante americana e japonesa se fundem e definem rumos até improváveis. A Mattel precisava de um parceiro para expandir a venda da marca Hot Wheels de forma correta e ao gosto japonês.  Na época (final da década de 90, início dos anos 2000), a Kyosho, gigante dos R/C mundo afora ainda não tinha uma linha completa de modelos diecast, principalmente na escala 1:64. Foi feita a união. A Kyosho administra, distribui e propaga a venda da marca Hot Wheels em território japonês, ganha um trocado para isso, e consegue que a marca se torne um sucesso fenomenal na terra do sol nascente. Vale aqui um destaque: marcas consagradas locais, como a Tomica, não poderiam ser o parceiro ideal da Mattel, pois mesmo que entendessem o produto, poderiam ameaçar o próprio negócio ou não tornar o produto do aliado viável. É por esse conjunto de fatores que a Kyosho foi escolhida a dedo: administradora hábil, mas que não possuía um produto rival em sua linha.

O que era um contrato comercial se tornou uma oportunidade empresarial.

Contudo, o que seria uma aliança perfeita, mas de lucro quase unilateral se transformou com o passar dos anos. Os japoneses aprenderam bastante sobre o ramo de diecast, e como aconteceu com seus radio controllers, perceberam falhas que colecionadores e aficionados não toleravam. Os erros da Mattel se tornaram a chave para que a multinacional japonesa visse a oportunidade de criar um novo produto.
Comentei no post passado que a linha 1:64 se iniciou em 2002. Algum tempo havia passado desde a Kysoho, sob licença da Mattel, vende-se seus produtos no oriente. A fama e produtividade criou fama entre as outras empresas, e gigantes como Ixo, Autoart e Minichamps seguiram o exemplo da Mattel e também pediram para que a Kyosho administrasse e vendesse seus produtos no Japão. Ai, caro colecionador, não dá né? Tanta gente te pedindo para vender algo que você tem capacidade de vender e fazer igual, ou melhor... O óbvio aconteceu: a Kyosho desenvolveu sua própria linha diecast nas escalas mais colecionadas.
Mas engana-se que foi tudo flores ou perfeito para a fabricante japonesa. Procurei essa informação, mas não consegui um fato concreto. Mas as pistas levam a crer que os contratos firmados entre as empresas tinham regras mais “maleáveis”, e que ambas as partes se beneficiaram. Seria uma espécie de “acordo entre cavalheiros”, e ambos cederam certos tesouros que só as grandes multinacionais possuem.
O maior exemplo é o caso envolvendo o licenciamento da Ferrari. É sábido entre os colecionadores diecast que a Mattel, sob sua marca Hot Wheels, é a única que pode produzir e fabricar modelos da marca, principalmente na escala 1:64. Esse contrato tem lei específicas, que garantem que a única que pode produzir modelos nessa escala é a Mattel, e em outras escala, sob licença direta da Ferrari em conjunto com a Mattel. Então, como a Kyosho faz modelos da casa de Maranello? A Kyosho é representante principal na reprodução em miniaturas de modelos das marcas Nissan e BMW. Como é que a Mattel produziu seus Skylines e BMW Serie 3? Como a Kyosho é a única fabricante a produzir modelos da Casa de Maranello?


Difícil imagina que o Skyline "americano" só existe por causa de seu "primo japonês".

Aí foi o “pulo do gato” entre as marcas. Cada uma cedeu o que tinha de interessante, em troca de tecnologia e outras exclusividades que a parceira possuía, mas com certas regras a serem cumpridas, tanto para evitar uma disputa entre as parceiras, como para manter seus contratos de exclusividade com montadoras e marcas. Aí o fato de toda a Ferrari produzida pela Kyosho ser “desmontada”, uma espécie de plastimodelismo para iniciantes. A regra entre a Ferrari e a Mattel é que só ela produziria miniaturas diecast em formato 1:64. Não se fala no contrato sobre “plastimodelismo” ou “miniaturas para montar” na mesma escala. Montem o quebra cabeça e vocês entenderão o recado.
Como isso ocorreu e de que forma isso interferiu nas linhas de produção de ambas as marcas, é papo para a nossa segunda parte.
Das de uma coisa, é certa. Sem a Mattel, a Kyosho não estaria entre nós. Estranho não?            

Fonte de Imagens: Blog The Lamley Group e diecastlife.blogspot.com